Fala Galera....
Leiam na integra a entrevista de Paulo Nobre Presidente do Palmeiras....
Nesta segunda-feira, ao anunciar a saída de Alan Kardec para o São Paulo, o presidente do Palmeiras, Paulo Nobre, fez duras críticas à postura do rival durante a negociação com o atacante. Citando que os clubes possuem relação ruim "desde os anos 40", o mandatário utilizou o caso - para ele "absolutamente antiético" - para reforçar a falta de união entre os times brasileiros.
- O São Paulo foi extremamente antiético. Isso não é privilégio do Palmeiras. Se você perguntar a outros clubes, vão te falar o conceito do São Paulo. E isso acontece desde a base - atacou Nobre, durante entrevista na Academia de Futebol, nesta segunda-feira.
- A relação entre Palmeiras e São Paulo é péssima desde os anos 40, e com essa administração que entrou não será diferente. O Palmeiras não é bonzinho, somos éticos - acrescentou.
Embora tivesse um acordo verbal com o Benfica (POR), detentor dos direitos do jogador, para a compra de Kardec, o Palmeiras se arrastou por pouco mais de um mês tentando acertar salários com o centroavante. Depois de as partes chegarem a um acordo por R$ 220 mil, além de bônus por produtividade, em reunião da qual Nobre não participou, o presidente decidiu que ainda seria necessário diminuir o valor, intensificando a relação ruim com o estafe do jogador.
- O salário do Alan era em três partes. Fixa, variável e luvas. Quando eu tratava o assunto Alan Kardec, falava do valor total dessas três partes. Eu não podia deixar estourar. A gente ficava jogando com eles. Você quer mais fixo? Então cai o variável e a luva - explicou.
O São Paulo, então, chegou com uma oferta de R$ 300 mil mensais e uma grande comissão aos representantes de Kardec, seduzindo o atleta a "pular muro", já que os clubes são vizinhos de CT. Durante as conversas arrastadas, o presidente do Palmeiras chegou a dizer que outros interessados entraram em contato, mas avisaram que negociariam com Kardec apenas depois de esgotada a chance de acerto com o Verdão.
- Outros me ligaram manifestando interesse, para assim que encerrássemos as negociações. Isso é normal. Agora, no fluxo da negociação, de forma sorrateira, é absolutamente antiético - reforçou o dirigente, que por mais de uma vez citou o fato de que teria mais um mês para negociar, pois o vínculo com Kardec se encerrava em junho, mas a preferência do clube para contratá-lo ia até o fim de maio.
O atual presidente são-paulino, Carlos Miguel Aidar, é um dos criadores do Clube dos 13, e sempre reforça a necessidade de união entre as agremiações do futebol brasileiro. Ele, porém, já provocou publicamente o Corinthians por conta do estádio de Itaquera, criticou o Santos pela negociação com Leandro Damião e agora recebeu críticas do Verdão por "atravessar" as conversas com Kardec, que não treina no Palmeiras desde quinta (alegando uma gastrite), e que deve assinar com o Tricolor por cinco anos.
- Os clubes estão desunidos. De que adianta você se vangloriar de dar um passa-moleque em alguém se você continua fraco? O senhor que ganhou a presidência do São Paulo (Carlos Miguel Aidar) é um dos mentores do Clube dos 13 e já chega com essa atitude. Eu falava muito com a diretoria passada do São Paulo que precisávamos mudar essa história, que Palmeiras, Corinthians e Santos juntos são muito mais fortes. Mas com essa postura, concluo que isso não irá mudar - completou.
PAI DO ALAN KARDEC RESPONDE A NOBRE....
- Somos muito gratos ao Palmeiras por ter dado a oportunidade. Mas o ostracismo é o ponto de vista. Ele saiu do Santos como segundo artilheiro, atrás do Neymar. Saiu como campeão paulista, fazendo dois gols na final. Quem está em uma condições dessa, não é ostracismo. O Benfica tem grandes jogadores, que fizeram ele ser preterido. Não considero isso um ostracismo. Ele poderia ter ido para clubes da Série A, como o Atlético-PR, mas preferiu jogar no Palmeiras, pela grandeza do clube.
Alan Kardec pai também abriu os valores da negociação frustrada com o Palmeiras. Segundo ele, o estopim para ouvir outras propostas foi quando ficou acertado que o atleta receberia R$ 220 mil, mais ganhos por produtividade, mas, após consulta a Nobre, o clube tentou diminuir em R$ 5 mil os vencimentos fixos do camisa 14.
- Se tem o culpado, sou eu. Fui eu que declarei na imprensa que estava aberto a propostas, só que eu só vi isso dois meses após estarmos exaustivamente fechando com o Palmeiras. Quando reunimos e falamos em R$ 230 mil, eles falaram em R$ 210 mil. Aí alguém falou que nem R$ 230 mil, nem R$ 210 mil, é R$ 220 mil. Na hora, eu respondi que fechava. Cedemos mais uma vez (o pedido inicial era R$ 270 mil). No dia seguinte, voltaram com R$ 215 mil, eu me irritei e declarei para quem quisesse ouvir que eu estava aberto a ouvir propostas. Eu disse que ele estava à venda, o responsável sou eu - explicou.
- Se eu peço R$ 230 mil, depois de muita negociação, você oferece R$ 210 mil. Existe um impasse, você pergunta se eu topo R$ 220 mil e volta com R$ 215 mil, eu me aborreço e não aceito isso. Quem está errado na história? Isso é fazer tudo para segurar? Nobre me disse no sábado que faria qualquer negócio, e eu disse que não era dinheiro que significava mais. A minha palavra estava em jogo. Os clubes só aceitaram oferecer ao Benfica se eu desse minha palavra. Eu dei minha palavra (ao São Paulo). Eu disse que não voltava atrás na minha palavra, com o coração em pedaços, pela oportunidade que tivemos no Palmeiras - contou.
Outro fator que aborreceu Kardec e seus representantes foi com relação ao prêmio pela assinatura (luvas). Segundo o pai, primeiro o clube ofereceu 60% do valor desejado, para ser pago nos cinco anos de contrato. Após reclamação, a diretoria aceitou pagar em três anos e ainda tentou diminuir o valor, para 50% do valor pretendido pelo jogador.
Por fim, o pai do atacante lamentou a saída do Palmeiras, mas acredita no sucesso do filho no São Paulo.
- Quando você faz as coisas de forma limpa e honesta, transparente, não há porque haver arrependimento. Se eu fico triste porque saiu? Respondo do fundo do coração, que até chorar eu chorei. Quando eu vi que ele não ficaria, eu chorei, fiquei muito triste. Confirmando se ele é do São Paulo, tenho de ficar feliz, porque é um clube grande, tradicional, onde ele vai ter chance de brilhar também. Estou triste pela saída do Palmeiras. Mas acho que ele vai fazer muitos gols no São Paulo e vai conquistar a torcida - completou.
Alan Kardec já tem tudo acertado com o São Paulo. Ele deve fazer exames na próxima quarta-feira e assinar contrato.
Celo Freires, falando muito de Palmeiras....
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